A Sakura (ou flor da cerejeira) é a flor símbolo do Japão. A simbologia é tão intensa que o povo cultua e respeita como a própria bandeira japonesa ou o hino nacional. Na cultura japonesa, a cerejeira era associada ao samurai cuja vida era tão efémera quanto a da flor que se desprendia da árvore. A sakura significa a beleza feminina e simboliza o amor, a felicidade, a renovação e a esperança.
Os frutos dessas árvores são conhecidos como cerejas, onde algumas delas são comestíveis. As cerejas dão frutos pequenos e arredondados que podem apresentar várias cores, sendo o vermelho a mais comum entre as variedades comestíveis.
Seus frutos são considerados o maior símbolo de sensualidade, erotismo e sexualidade. O suco de cereja madura é de tão intenso sabor e cor que tem sido freqüentemente comparado ao primeiro gosto do amor. Na aparência, das cerejas têm sido dito que lembram os lábios de uma amante, e quando mordê-lo em uma cereja, o fruto dá a aparência de sangrar. Há muito tempo existe uma ligação erótica para o fruto da árvore de cereja. Há um costume japonês, chamado hanami de ir aos parque contemplar as flores, especialmente a flor de cerejeira, na época de florescimento
A flor da cerejeira já foi considerada uma das flores mais belas, tanto pelo seu formato como pela delicadeza e espessura das suas pétalas.
Já foram documentadas mais de 300 variedades de cerejeiras.
Diz a lenda que Sakura é uma adaptação do nome da princesa Konohana Sakuya Hime que teria caído do céu nas proximidades do Monte Fuji e teria se transformado nesta bela flor.
Acreditam se também que tem sua origem na cultura de arroz. A parte Kura significa deposito onde se guardava arroz, alimento básico dos japoneses considerado dádiva divina.
Segundo essa outra lenda, vivia há muitos anos em Iyo um samurai muito velho; tão velho que já nem tinha família nem amigos vivos. O único ser a que ainda podia dedicar o seu amor era uma velha cerejeira que os seus antepassados tinham plantado e à sombra da qual o velho samurai tinha brincado enquanto criança. A mesma árvora em cujos ramos os membros da sua família tinham pendurado, durante gerações e gerações, pequenos pedaços de papel onde haviam escrito belos poemas de louvor à velha árvore.
Mas um dia a velha cerejeira começou a definhar e depois morreu. Os vizinhos do samurai vieram plantar uma nova cerejeira, mas para o velho samurai a morte da árvora era um sinal de que a sua vida também estava a chegar ao fim.
Então, dirigiu-se à cerejeira cujo tronco ainda se erguia altaneiro no meio do jardim familiar e fez um último desejo: a cerejeira deveria florir ainda uma última vez. E o velho samurai prometeu que se o seu desejo fosse realizado, esse seria o momento para ele próprio morrer também. A velha cerejeira voltou a dar flor, embora fosse Inverno, e ali mesmo sob os seus ramos o velho samurai cometeu harakiri. O sangue ensopou o chão e chegou às raízes da velha cerejeira, e ela floriu uma vez mais.
Segundo ainda a lenda, desde esse dia a velha cerejeira dá flor todos os anos pelo aniversário da morte do samurai. Dizem que é no sexto dia do primeiro mês do ano, bem mesmo no coração do Inverno.
Seu florescer é aguardada com ansiedade pelos japoneses, que organizam em todo o país diversas festividades em torno do “Hanami” (ato de contemplação das cerejeiras em flor que deixam a paisagem deslumbrante). Vários outros paises como Brasil, Estados Unidos e outros também festejam a florada da cerejeira. Um dos maiores eventos é realizado nos Estados Unidos, Washington National Cherry Blossom Festival com seus quase 8.000 cerejeiras onde em 1912 foram plantadas as primeiras 3.000 mudas doadas pelo Governo Japonês em comemoração a amizade entre os dois países.
Os imigrantes japoneses trouxeram para o Brasil uma grande variedade de mudas e sementes, porém apenas algumas espécies (Okinawa, Himalaia e Yukiwari) se adaptaram ao clima local. Os descendentes de japoneses que residem nos locais onde as cerejeiras foram plantadas e se adaptaram ao clima costumam realizar eventos festivos para manter acesa esta tradição da cultura japonesa.
As árvores OKINAWA são as que mais se adaptou primeiro no país, a coloração das flores é bastante vermelha carregada.
As HIMALAIA que dá arvore de portes maiores com flores miúdas com cores róseas claras mixadas e nuances de verde clara.
Apesar de porte existe uma dificuldade na manutenção da árvore por mostrar certa fraqueza com os ventos, podendo com certa facilidade tombar.
As YUKIWARI é uma variedade proveniente de SHIKOKU, região sul do Japão. A florada é de cor rósea clara, com uma carga muito abundante chegando a formar quase cachos. É uma árvore muito robusta alcançando uma altura de 10 metros a 7 a 8 metros de largura.
Antigamente, quando as mulheres enfeitavam os cabelos com um galho de sakura ou decoravam o quintal de casa com as flores, mostravam que estavam em busca de um amor. No entanto, a flor também tem uma simbologia negativa: um galho quebrado de cerejeira também pode significar a aproximação da morte. Acredita-se o que sakura é a ligação entre o mundo dos vivos e dos mortos; e que a alma dos mortos é absorvida pelas árvores das cerejeiras.
Fontes: Dulce Rodrigues, Wikipédia, Flor de Cerejeira, Hikarilondrina