Um grande temporal havia pousado sobre nossa cidade, a chuva e o vento forte causavam grandes estragos. Os rios e ruas estavam se enchendo, a água não escorria para onde deveria, as enchentes invadiam as casas de pobres famílias. Pobres almas, estavam perdendo os bens que tanto lutaram para obter.
Era assim que estava sendo tratada pelas pessoas da minha cidade. Estava sendo tratada como uma desgraça, a pobre chuva, que não tinha outra escolha a não ser cair sobre a terra. Para mim, aquela chuva havia sido a resposta aos meus pedidos de socorro. Depois do que eu havia feito esta noite, aquela chuva havia seguido meus pedidos de socorro e vindo lavar todo o meu medo e tristeza, e levá-los junto às águas.
Eu agora seguia rua abaixo, seguindo o caminho que a chuva me mostrava. O vento forte me arrastava a direção certa, me dando forças para continuar caso desistisse. Cheguei até a ponte, o rio estava alto e a correnteza forte, sinal de que o que eu esperava estava quase me alcançando. Me aproximei da beira da ponte, esperando olhar a força com que as águas corriam. Elas pareciam dançar. Pareciam me chamar. Porém, alguém mais me chamava, me virei e tirei com dificuldade o cabelo ruivo que colava em minha face, olhei ao final da ponte e reconheci a figura ali parada. O garoto loiro. Markus. Meu amigo de infância, esteve sempre ao meu lado.
Havia ele me seguido até ali? Havia ele estado tentando me alcançar todo esse tempo? Ele tentava se aproximar, lutando contra a força do vento, tentando chegar até mim. Tentando ser ouvido.
— Não faça isso, Samantha! - ele tentava fazer sua voz ser ouvida por entre o vento, a chuva, e as corredeiras - Eu sei o que aconteceu! Por favor, não faça isso!
Ele sabia. Sabia de tudo. Eu devia ter adivinhado, ele estava sempre ali. E ainda assim, depois do que fiz, ele ainda estava sempre ali por mim. Porém, não havia outra escolha, apenas sorri.
— O que eu fiz não tem perdão… Não se preocupe comigo.
— Não, Samantha! Você não teve escolha, não foi sua culpa! - ele se aproximou, estendendo-me a mão, para que eu pudesse segura-la e voltar para a segurança - Por favor! Ninguém te culparia! Eu vou te ajudar, por favor, me dê a mão! Nossa Promessa!
No que eu estava pensando afinal? Ele tinha razão, eu não podia fazer aquilo, e não podia deixa-lo, havíamos feito uma promessa uma vez. “Nunca abandonaremos um ao outro, certo?”. Estava prestes a quebrar uma promessa? Não mesmo. Não com ele.
— Você tem razão… Me perdoe. - a mão dele permanecia estendida em minha direção, enquanto se segurava em uma barra com a outra.
Afastei o cabelo novamente e tentei me afastar, estendendo a mão ao encontro da dele. Apenas mais um pouco e estaríamos juntos, eu estaria a salvo. Apenas mais um pouco. O vento, a chuva, me levaram até ali, não me deixando voltar, por todo o caminho. Eles pareciam não me deixar voltar depois dos pedidos de socorro que fiz. Meus dedos tocaram os dele, mas não tive tempo de me segurar, o vento forte me empurrou, Markus tentou me segurar, mas não pode. “Markus, eu te amo”, foi tudo o que disse quanto via o fim da minha vida chegar. Ele me chamava, desesperado, “Eu também te amo, Samantha!” ele gritou enquanto suas lágrimas se misturavam as gotas de chuva, ao notar que não podia me salvar. Era meu fim. Mas morrerei feliz. Por ter tido a chance de me declarar, pelo menos no meu fim. E ser correspondida.
Era assim que estava sendo tratada pelas pessoas da minha cidade. Estava sendo tratada como uma desgraça, a pobre chuva, que não tinha outra escolha a não ser cair sobre a terra. Para mim, aquela chuva havia sido a resposta aos meus pedidos de socorro. Depois do que eu havia feito esta noite, aquela chuva havia seguido meus pedidos de socorro e vindo lavar todo o meu medo e tristeza, e levá-los junto às águas.
Eu agora seguia rua abaixo, seguindo o caminho que a chuva me mostrava. O vento forte me arrastava a direção certa, me dando forças para continuar caso desistisse. Cheguei até a ponte, o rio estava alto e a correnteza forte, sinal de que o que eu esperava estava quase me alcançando. Me aproximei da beira da ponte, esperando olhar a força com que as águas corriam. Elas pareciam dançar. Pareciam me chamar. Porém, alguém mais me chamava, me virei e tirei com dificuldade o cabelo ruivo que colava em minha face, olhei ao final da ponte e reconheci a figura ali parada. O garoto loiro. Markus. Meu amigo de infância, esteve sempre ao meu lado.
Havia ele me seguido até ali? Havia ele estado tentando me alcançar todo esse tempo? Ele tentava se aproximar, lutando contra a força do vento, tentando chegar até mim. Tentando ser ouvido.
— Não faça isso, Samantha! - ele tentava fazer sua voz ser ouvida por entre o vento, a chuva, e as corredeiras - Eu sei o que aconteceu! Por favor, não faça isso!
Ele sabia. Sabia de tudo. Eu devia ter adivinhado, ele estava sempre ali. E ainda assim, depois do que fiz, ele ainda estava sempre ali por mim. Porém, não havia outra escolha, apenas sorri.
— O que eu fiz não tem perdão… Não se preocupe comigo.
— Não, Samantha! Você não teve escolha, não foi sua culpa! - ele se aproximou, estendendo-me a mão, para que eu pudesse segura-la e voltar para a segurança - Por favor! Ninguém te culparia! Eu vou te ajudar, por favor, me dê a mão! Nossa Promessa!
No que eu estava pensando afinal? Ele tinha razão, eu não podia fazer aquilo, e não podia deixa-lo, havíamos feito uma promessa uma vez. “Nunca abandonaremos um ao outro, certo?”. Estava prestes a quebrar uma promessa? Não mesmo. Não com ele.
— Você tem razão… Me perdoe. - a mão dele permanecia estendida em minha direção, enquanto se segurava em uma barra com a outra.
Afastei o cabelo novamente e tentei me afastar, estendendo a mão ao encontro da dele. Apenas mais um pouco e estaríamos juntos, eu estaria a salvo. Apenas mais um pouco. O vento, a chuva, me levaram até ali, não me deixando voltar, por todo o caminho. Eles pareciam não me deixar voltar depois dos pedidos de socorro que fiz. Meus dedos tocaram os dele, mas não tive tempo de me segurar, o vento forte me empurrou, Markus tentou me segurar, mas não pode. “Markus, eu te amo”, foi tudo o que disse quanto via o fim da minha vida chegar. Ele me chamava, desesperado, “Eu também te amo, Samantha!” ele gritou enquanto suas lágrimas se misturavam as gotas de chuva, ao notar que não podia me salvar. Era meu fim. Mas morrerei feliz. Por ter tido a chance de me declarar, pelo menos no meu fim. E ser correspondida.